Tratamento

Tratamentos médicos

O estudo da Infertilidade permite-nos diagnosticar algumas patologias que podem ser corrigidas com tratamento médico, nomeadamente problemas hormonais e infecciosos.

 

Indução da ovulação

Nas situações em que se detetam distúrbios da ovulação pode recorrer-se a tratamento médico, com o objetivo de a regularizar ou induzir.

Cerca de 50 % das mulheres consegue engravidar em menos de seis ciclos de tratamento.

Há vários medicamentos que induzem a ovulação. A sua utilização deve ser ponderada, começando sempre pelos tratamentos mais simples.

A maioria das vezes é necessário realizar ecografias de monitorização do ciclo, com o objetivo de avaliar a resposta ao tratamento e de evitar complicações, como a gravidez múltipla ou a hiperestimulação ovárica.

 

Citrato de Clomifeno, Tamoxifeno, Inibidores da Aromatase

São medicamentos que se administram por via oral, na fase inicial do ciclo. Atuam de forma a que os estrogénios circulantes não sejam reconhecidos. A hipófise vai reconhecer essa diminuição dos estrogénios e produz a hormona FSH, que induz o crescimento folicular nos ovários. O mais antigo e mais utilizado destes fármacos é o citrato de clomifeno.

 

Gonadotrofinas

São medicamentos injetáveis, administrados por via sub cutânea. As gonadotrofinas (FSH e LH) atuam diretamente sobre o ovário. A sua utilização obriga à realização de ecografias de monitorização do ciclo de tratamento para avaliação do crescimento folicular. Poderá ser necessário suspender um ciclo se houver resposta insuficiente ou, no outro extremo, resposta excessiva, com risco de gravidez múltipla.

 

Protocolo Misto

Por vezes são utilizados protocolos de associam o citrato de clomifeno ou os inibidos da aromatase com as gonadotrofinas, permitindo que a dose destas seja menor.  Continua a ser obrigatório a realização de ecografias de monitorização do ciclo de tratamento.

 

Tratamento de outros distúrbios hormonais

A elevação da hormona prolactina pode inibir a ovulação e por isso deve ser estudada e tratada.

As situações de hiperandrogenismo (excesso de hormonas masculinas) podem ter indicação para tratamento específico.

Do mesmo modo, alterações da função da glândula tiróide (tanto hipo como hipertiroidismo) podem prejudicar a função ovárica e devem ser estudadas e corrigidas.

 

Outros

Por vezes, o tratamento de infeções subclínicas ou a melhoria do muco cervical com tratamentos médicos adequados ao efeito podem resolver o problema do casal.

 

Tratamentos Cirúrgicos

 

Cirurgia laparoscópica

O primeiro passo da cirurgia laparoscópica consiste na introdução de gás no abdómen, permitido o afastamento e melhor visualização dos órgãos pélvicos. É então possível, através de uma pequena incisão, introduzir um sistema de luz que está ligado a um monitor, onde será visualizada toda a cirurgia.

Através de outras pequenas incisões introduzem-se os instrumentos cirúrgicos. É possível proceder a exérese de miomas, quistos dos ovários, trompas danificadas, assim como libertação de aderências ou fulguração de focos de endometriose.

Nas situações de ovário poliquístico com anovulação resistente à terapêutica médica pode ser realizado “drilling” dos ovários que permite, em muitos casos, ciclos ovulatórios nos meses seguintes.

A recuperação no pós-operatório é muito rápida, permitindo habitualmente ter alta hospitalar no dia seguinte à cirurgia.

 

Cirurgia histeroscópica

O histeroscópio é um aparelho com sistema de luz que se introduz no útero, por via vaginal, permitindo a visualização direta da cavidade uterina. É possível por este meio proceder à excisão de miomas, pólipos, septos ou cura de sinéquias.

A paciente pode ter alta no próprio dia.

 

Cirurgia convencional ou por laparotomia

A cirurgia que recorre à abertura ampla da parede abdominal está reservada para casos mais complexos, em que se prevê que a via laparoscópica não consiga resolver a situação.